terça-feira, 24 de novembro de 2009

SOBRE MENTIRAS:






Tenho começado a acreditar que mentir faz bem, tem me parecido um hábito saudável e milenar.

Minto com tamanha convicção que até acredito em minhas mentiras.

Eu, normalmente, depois de certo período começo a questionar se aquela história realmente aconteceu, se aquela lorota que contei é verdade mesmo.
Talvez isso seja um indício de como a realidade é frágil e incompleta, de como precisamos enganar aos outros e acima de tudo, a nós mesmos.

Ou talvez signifique que sou uma maldita hipócrita desalmada e assumida. [chega!]

A segunda opção talvez me pareça bem mais honesta, mas esse não é um texto sobre honestidade.

O que mais me deixa surpresa é que algumas vezes eu falo a verdade, e por incrível que pareça, são nesses momentos que eu tomo na cabeça!
Nesse momento o leitor deve se perguntar se são nesses momentos que eu tento fazer de minhas mentiras algo um pouco mais aceitável pra mim mesmo. [?]

A resposta é não!
Minto assumidamente e até com certo orgulho.

Minto para todos, minto para mim mesma! Não é fuga, não é ilusão, é apenas o prazer da realidade mutável, moldada de acordo com a minha vontade.
Já que algumas coisas estão fora do meu alcance, melhor florear aquelas que eu domino, e tentar, estupidamente, pensar que isso é uma solução. Solução não é, e nesse ponto nem rima há.

A paixão pelo café amargo é fruto de uma das minhas mentiras.

Um dia achei que seria mais interessante se eu gostasse das coisas sem açúcar. Demorou, mas a mentira virou verdade.

As mentiras tendem a virar verdades absolutas. Ou será que estou enganando a mim mesma mais uma vez e tentado levar você, pobre leitor, pro buraco junto comigo?


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