segunda-feira, 30 de novembro de 2009

'sobre os olhos'

Primeiro veio um sorriso que me desconcentrou do mundo e me concentrou nele.
Encantou-me com um desses encantos fortes de não fazer parar de pensar.
Depois vieram as palavras, daquele moço que eu mal conhecia e tinha sede de conhecer, saber tudo, conhecer de verdade e ir além das aparências que por vezes são tão enganosas.

Queria desvendar todos os segredos escondidos por trás daquele sorriso bonito, daquele moço bonito, daquele encanto.
E como se não fosse o bastante, quando o vi de novo senti aquele abraço bom. Quando parecia que já não havia mais nada que ele pudesse fazer pra me extasiar eu senti aquele olhar, um olhar que me desarmou completamente, um olhar que não pude sustentar por muito tempo sem a vontade de beijá-lo.
Um olhar convidativo ao beijo e a todos os segredos e então eu não soube o que fazer. [vulnerável diante daqueles olhos]
.
Os mesmos olhos que hoje, faço questão de olhar.. olhar fundo e ver de verdade... Os mesmo olhos, a mesma boca... com o sorriso lindo e com o beijo viciante...”

SOBRE PROBLEMAS:

Descobri que tenho uma capacidade, quase mágica de atrair problemas.


Ótimos problemas por sinal, mas ainda assim, problemas.
Eu simplesmente não consigo ficar quieta sentada no meu canto vendo a vida passar, eu tenho que enfiar a cara no movimento misterioso das coisas e, inevitavelmente, me machucar.

Alguns se contentam com o simples tédio, a vida rotineira e cinza que a maioria leva. Eu não. Tenho sempre que complicar tudo.



Sim, isso é um texto de revolta, um texto de consternação e angústia.
- Não ta bom pra você? Foda-se, pois também não ta bom pra mim.

O mais curioso é que tenho uma força de atração poderosa por pessoas fantásticas, porém potencialmente perigosas.



Estou vivendo o mais puro e imbecil niilismo esperançoso, do qual eu deveria fugir, correr desesperadamente até as pernas ficarem moles, mas não, eu enfrento.
Não por bravura, pois sou covarde, mas simplesmente pela paixão pela experiência problemática.

Falta ar, espaço. Sobra melancolia e estupidez.



# eu gostaria de ser menos honesta comigo mesma

domingo, 29 de novembro de 2009

SOBRE MUDANÇAS:

Sabe, às vezes, precisamos guardar dentro de um grande sonho, alguns menores, porque caso contrário, vai ficando difícil escolher qual será o nosso foco e acabamos presos as nossas vontades não realizadas.
Eu tenho medo do futuro, medo do que a mim fora reservado, medo de perder isso que eu sou agora, de não ter forças. Medo de não suportar certas condições.

Há um tempo não me sinto parte de nada. Pairo no ar feito beija-flor, porém, sou ave sem rumo, que quer voar, mas não pode por ter as asas pesadas demais.

E como beija-flor que devo ser, espero com toda a pressa não demonstrada, que o caminho finalmente se abra pra mim.

O certo é que eu cansei de tentar ser algo melhor para os outros, de mudar coisas em mim pra satisfazer quem não merece. Há um tempo eu achava que precisava ser espelho para ser vista. Agora prefiro o anonimato.

E que o caminho apareça na hora devida, que o vôo se torne pleno com o passar das horas. Que apareça um arco-íris após o temporal.


Já não me nego, já não calo, e caso não queiram, não me vejam. 


# já comprei meu próprio espelho

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SOBRE O TEMPO:

É estranho como o tempo passa.
É incrível como as dores de outrora podem, simplesmente, ficar na memória sem que isso cause um incômodo no presente.


É só uma questão de ajuste: se você pensar que é capaz de trilhar um novo caminho, certamente não são as palavras duras de outros que te farão desistir. O futuro está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”.
Pois é esse impulso ás vezes cruel, porque não, que permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como: 'estou contente outra vez'.


Se você pensar que a vida pode, sim, progredir, tudo muda de figura.



Outra coisa que penso: as emoções são minhas. Só minhas.
E o que é meu, eu posso conhecer profundamente e entender.
Não preciso atribuir a alguém ou alguma coisa a minha felicidade se compreender que o primeiro passo para que ela chegue é entender a mim mesma e estar contente com aquilo que entendo.

A beleza verdadeira é o autoconhecimento.


Acho que escrevo tudo isso hoje para dizer ao meu passado que ele passou. Verdadeiramente.


Para as pessoas por quem tive um apreço imenso, posso dizer que elas continuam aqui, guardadas em algum lugar onde o sentimento reside. Pessoas não passam realmente. As épocas passam. O contexto passa. Mas, quando alguém foi importante em algum momento de nossas vidas, sua imagem fica conservada para que as lembranças vivam de alguma maneira e que, quando elas resolverem surgir, um sorriso possa despontar.


Ao passado: seu lugar é lá atrás.
Ao presente: que seja intenso...

E ao futuro? Não sei o que dizer. Quando se vive o dia de hoje com veemência, o amanhã é intangível...


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

SOBRE ENCONTRAR:

Minha inquietude se transformou em insônia.
Eu desaprendi a coisa mais fácil do mundo pra mim! Não saber dormir é igual ter fome e não saber comer, não saber comer porque não existe comida que mata fome interior.
‘Não existe’, eu penso.

Meu cérebro anda numa tentativa louca de se livrar de mim, de algumas coisas boas que se tornaram ruins e vice-versa. É que minha alma já partiu há algum tempo e sozinha ela não agüenta. Ela passa o dia me dizendo que não vai saber suportar e agora eu tenho medo.

Se alguém souber por onde andam minha alma, minha sensatez e minhas vontades, por favor, me avisa?

É que eu preciso dessas coisas para saber de outras e pra continuar.

É só pedir pra elas voltarem, mesmo que forçadamente. Eu só preciso do meu eixo central funcionando. Sobre as outras coisas a gente aprende a conviver, seja com a falta, seja com a presença.
Eu preciso daquela coisa do caminho in e não off sabe, eu preciso da minha essência resgatada.

Eu sei que algumas coisas nunca deixarão de existir. Eu sei que essa minha inquietude é parte de mim. Só que eu preciso de paz por um tempo, mesmo que seja breve, mesmo que se assemelhe a ilusão.


Dá pra se perder de várias coisas, só não sei mais ficar sem me encontrar...

É que eu já não tenho todo tempo do mundo!


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

SOBRE O ACASO:


Apesar de tudo fazia algum tempo que não me sentia assim em paz, leve, livre!


Já não tenho motivos pra aquele peso nos ombros, pensamentos e coração;
Parece estranho mais não sinto que acabariam as coisas de maneira muito diferente, uma hora teria que desfazer esse laço, me deixei atada por muito tempo e por muito não enxerguei o que estava ali estampado na minha frente.


Mas ninguém conhece ninguém 100% ?


Bom pelo menos guardo comigo apenas o que foi bom. E as cenas dos últimos capítulos, guardo como lição.

Será que consigo?


Não importa não, ainda acredito em finais felizes, em amizades verdadeiras e que tudo sempre acontece por alguma razão. Nada é ao acaso!


Então espero aqui de olho no futuro, algo bom ,pessoas melhores no meu caminho!
Mesmo a cada dia de um obstáculo a menos, o bom da vida é que ela sempre permite que façamos novas escolhas, novos rumos...



Obs. Sem esquecer daqueles que me fizeram sorrir, emprestaram o ombro, ouvidos. 

SOBRE MORDER A LÍNGUA:

Adoro morder a língua.

É tão difícil passar por cima do orgulho e perceber que você está errado. Mais difícil mesmo é partir desse erro constatado e mudar quem você é.

Parece que minha personalidade é formada pelas convicções que não tenho, pelas idéias que, mesmo sabendo que são erradas, eu sustento até o final.

Mas quando caem, eu caio junto com elas.


Olhar uma idéia destruída, e tirar dela a essência do equívoco, é precioso.
Pena que geralmente seja necessária a presença de outra pessoa, outro observador pra confrontar seus pontos de vista.


Pena?


Não sei bem se é isso, afinal a boa companhia é aquela que muda você depois da experiência do convívio, então talvez não haja pena qualquer, só a certeza de que os paradigmas não caem facilmente quando só você os apedreja.

_



Quando percebo que aquilo que pensava ser o eu, na verdade é o nós, a perspectiva dos acontecimentos muda, e a bússola que guia meus pensamentos parece finalmente apontar para um norte onde eu preciso chegar.


Acho que achei meu norte.










…E sim, ainda estou confusa. Só que agora é diferente.

E a minha memória já sabe : -os fortes ficam sozinhos e a cada nova esquina, são pesados, carregam cadernos e canetas, escrevem muito e vivem de amores efêmeros.

SOBRE SE PERGUNTAR:

Eu me perguntava:


Até que ponto você era aquilo que eu via em você. Ou era apenas aquilo que eu queria ver em você.
Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia.
E se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas.


E pensar que amar é só conseguir ver, e desamar é não mais conseguir ver, entende?



terça-feira, 24 de novembro de 2009

SOBRE MENTIRAS:






Tenho começado a acreditar que mentir faz bem, tem me parecido um hábito saudável e milenar.

Minto com tamanha convicção que até acredito em minhas mentiras.

Eu, normalmente, depois de certo período começo a questionar se aquela história realmente aconteceu, se aquela lorota que contei é verdade mesmo.
Talvez isso seja um indício de como a realidade é frágil e incompleta, de como precisamos enganar aos outros e acima de tudo, a nós mesmos.

Ou talvez signifique que sou uma maldita hipócrita desalmada e assumida. [chega!]

A segunda opção talvez me pareça bem mais honesta, mas esse não é um texto sobre honestidade.

O que mais me deixa surpresa é que algumas vezes eu falo a verdade, e por incrível que pareça, são nesses momentos que eu tomo na cabeça!
Nesse momento o leitor deve se perguntar se são nesses momentos que eu tento fazer de minhas mentiras algo um pouco mais aceitável pra mim mesmo. [?]

A resposta é não!
Minto assumidamente e até com certo orgulho.

Minto para todos, minto para mim mesma! Não é fuga, não é ilusão, é apenas o prazer da realidade mutável, moldada de acordo com a minha vontade.
Já que algumas coisas estão fora do meu alcance, melhor florear aquelas que eu domino, e tentar, estupidamente, pensar que isso é uma solução. Solução não é, e nesse ponto nem rima há.

A paixão pelo café amargo é fruto de uma das minhas mentiras.

Um dia achei que seria mais interessante se eu gostasse das coisas sem açúcar. Demorou, mas a mentira virou verdade.

As mentiras tendem a virar verdades absolutas. Ou será que estou enganando a mim mesma mais uma vez e tentado levar você, pobre leitor, pro buraco junto comigo?


SOBRE LUGARES:




Mais um ano se passou em minha vida.


Não, não estou doida e sei que ainda estamos em novembro e que não é ano novo.
Mas, a cada dia, uma vida se forma dentro de mim, dentro da gente e, mesmo que a gente não queira, há algo de novo sempre nos impulsionando para frente.

Não falam que até um pé na bunda faz isso? Pois bem. Há vida e falta tanta, sobra tanto amor e tanta coisa.
Mas, há esperança, certo?
Porque eu ainda estou respirando, ou melhor: estamos.
Enquanto houver vida, esperança e eu puder escrever, sigo em frente e bem.

Escrevo do meu quarto, meu quarto quente, porque a janela da minha casa se tornou muito pequena, e eu já não podia mais ver novos horizontes.
Sai como uma louca, sem olhar para trás, mas com os ombros cheios de pesar e penar.
Meu quarto está quente e o sol brilha lá fora. Há movimento em toda a casa e dentro de mim, ferve.
Engraçado esse poder ir e vir da gente. A gente em um dia está em um lugar, noutro dia em outro.
O que muda?
Nada, porque o lugar de dentro se move independente de onde estejamos.
O lugar de dentro somos nós mesmas e nosso coração. E, a nossa incrível capacidade de amar.

Queria tanto nesse próximo ano de experiência ser menos intensa e aprender a esperar.
Ter calma e sonhar, mas com os pés no chão.
Queria não ter que bater tantas portas e abrir e fechar janelas.
Queria que tudo fosse menos difícil, para mim e para todos que amo.

Mas, chamaria isso de vida? Chamaria isso de viver? Não sei.
Fiz 19 anos outro dia e ainda me sinto tão menina.

Do meu quarto aproveito os últimos momentos no meu recanto antes de ir embora abraçar outros horizontes, outras pessoas e a quem, não precise dizer quem sou.
Só me sinto assim em outro lugar.

Só me sinto entendida assim por outras pessoas, vocês que buscam me conhecer e não fazem perguntas.



# me aceitam e me abraçam

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

SOBRE O BLOQUEIO:






Eu gostaria de escrever mais claramente, atacar diretamente, mas não posso.

Existe um bloqueio em mim, que acaba fazendo com que eu escreva em códigos, sempre. Não falo da linguagem como código, mas de um valor implícito desnecessário em cada palavra. [as tantas entrelinhas]


Assim como num relacionamento novo é difícil dizer o quanto você gosta da pessoa, também é difícil escrever sem medo! [‘maldição’]


O único consolo é que talvez a única pessoa que precisaria ler o texto não o leia, portanto não vou me livrar dos bloqueios, não agora. 
Mas seria bom, como ‘um tapa’ direto na cara, escrever tudo.

...

Minhas aulas tem acabado, voltarei para o tédio e a monotonia da vida, só que dessa vez com um interlocutor a menos nas minhas noites, até que tem feito uma falta.


A alternativa, se é que há alguma, é tentar me esconder nesse quarto chuvoso, e esperar que a tormenta passe.

Por enquanto o céu continua cinza.
Mas há café a noite toda. 



# como se isso enganasse alguém

domingo, 22 de novembro de 2009

Sobre Declarações

Vou esquecer, definitivamente, todas as minhas dúvidas e todos os meus conflitos, para poder fazer do dia de hoje o dia das minhas declarações. Poder dizer com palavras, com os olhos e com o coração sobre algumas tantas coisas aqui nesse blog.