terça-feira, 24 de novembro de 2009

SOBRE LUGARES:




Mais um ano se passou em minha vida.


Não, não estou doida e sei que ainda estamos em novembro e que não é ano novo.
Mas, a cada dia, uma vida se forma dentro de mim, dentro da gente e, mesmo que a gente não queira, há algo de novo sempre nos impulsionando para frente.

Não falam que até um pé na bunda faz isso? Pois bem. Há vida e falta tanta, sobra tanto amor e tanta coisa.
Mas, há esperança, certo?
Porque eu ainda estou respirando, ou melhor: estamos.
Enquanto houver vida, esperança e eu puder escrever, sigo em frente e bem.

Escrevo do meu quarto, meu quarto quente, porque a janela da minha casa se tornou muito pequena, e eu já não podia mais ver novos horizontes.
Sai como uma louca, sem olhar para trás, mas com os ombros cheios de pesar e penar.
Meu quarto está quente e o sol brilha lá fora. Há movimento em toda a casa e dentro de mim, ferve.
Engraçado esse poder ir e vir da gente. A gente em um dia está em um lugar, noutro dia em outro.
O que muda?
Nada, porque o lugar de dentro se move independente de onde estejamos.
O lugar de dentro somos nós mesmas e nosso coração. E, a nossa incrível capacidade de amar.

Queria tanto nesse próximo ano de experiência ser menos intensa e aprender a esperar.
Ter calma e sonhar, mas com os pés no chão.
Queria não ter que bater tantas portas e abrir e fechar janelas.
Queria que tudo fosse menos difícil, para mim e para todos que amo.

Mas, chamaria isso de vida? Chamaria isso de viver? Não sei.
Fiz 19 anos outro dia e ainda me sinto tão menina.

Do meu quarto aproveito os últimos momentos no meu recanto antes de ir embora abraçar outros horizontes, outras pessoas e a quem, não precise dizer quem sou.
Só me sinto assim em outro lugar.

Só me sinto entendida assim por outras pessoas, vocês que buscam me conhecer e não fazem perguntas.



# me aceitam e me abraçam

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