quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SOBRE 'FALAR DE'...

De uma história que se foi. De uma história que eu fui. 
De um passado com cheiro e sons. 
De quando eu sofria por outras coisas. 
De um bailado a dois. De tanto querer. 
De um sono acompanhado. De ontem, de amanhã. 
De farinha de trigo. De ovo. De açúcar. 
De afeto. De tanto. De sem. 
De medo. De agora. De não saber. 
Do medo de não saber. 
Da surpresa. Da boa e da ruim. 
De um gosto de café. Da boca seca. 
De fotos recentes que se tornaram antigas. 
De um medo que se foi sem susto. Do medo novoDe um sorriso novo. 
Do que eu pensava que seria difícil. Do que eu pensava que era impossível. 
Do que eu não pensava. 
Da força. Da fé. Da chama. 
De mim mesma. Era uma vez eu... 


# feliz e sempre.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

SOBRE A SAUDADE:


Me deu uma saudade tão grande de você.
E foi uma saudade boa sabe, uma saudade de sorriso fácil com alguns dentes aparecendo e os olhos apertados.
E tão boa. Boa de encher o peito de ar e esquecer-se de soltar.

Não que antes eu não sentisse, eu sentia, mas era uma cheia de raiva.
Raiva de você e de mim. Principalmente de mim, por motivos que só eu vou entender.
E só escrevo agora porque é só agora que eu posso.
Porque é assim que a coisa anda pra mim, é um pouco do que a vida me fez, um pouco de onde eu venho, um pouco dos meus amigos e da minha família, é um pouco do que eu sou.
E também antes não dava.
Quando eu quase te esquecia eu não conseguia, ou você não me deixava e tudo voltava pra dentro.

É, tem coisas que são mesmo estranhas.

Mas a gente sempre foi furacão vermelho, chuva ácida, nem ponto muito menos partida, nem certo e nem errado, a gente era o que era, e eu adorava isso na gente, essa nossa quase brincadeira.
E ás vezes quando penso no que foi que aconteceu com a gente acho que foi um pouco por ai que a gente se perdeu.

Só estou escrevendo por que algumas coisas precisam ser ditas e outras escritas.
Acho que isso é uma forma de entender o que anda por aqui, sem pretensão nenhuma.

E, não sei se você sabe, mas eu sempre preferi as coisas escritas porque com elas eu pareço um pouco melhor quando sou assim, um pouco dissimulada.

Mas essa saudade boa, não é nada carregado. Juro! É só a falta de um abraço apertado.
Coisa de quem só anda confiando em abraços.
Nos abraços os olhos não enxergam mentiras, ou pior, não enxergam verdades. E mesmo que isso possa parecer contraditório acredite, é simples e doce.

Cada vez mais na minha vida coisas que não tem explicação são as mais sinceras.
E é das saudades boas e dos seus abraços inexplicáveis que eu sinto falta.

Saudade de quando você estende a vogal do meu nome.
Saudade de quando briga comigo porque eu brigo com todo mundo.
Saudade quando discute comigo por causa do futebol, da fotografia, de música.
Saudade quando contorna minha sobrancelha com seus dedos e beija minha testa.
Saudade da loucura de gostar de ser louca com você. De criar as minhas cenas, de ser dramática e ser madura dependendo do dia.
Saudade boa de te encontrar no finalzinho da noite e imaginar você me dizer que eu tinha que estar lá antes pra te abraçar na música que tinha acabado de tocar.
Saudade boa de você me dizer que eu tava linda na festa.
Saudade boa das conversas sobre amores passados em que eu tanto te conhecia me fascinava e enxergava mais sobre mim pelos teus olhos.
Saudade boa de você tentar me irritar e eu fingir que estava irritada e você fingir que acreditava.
Saudade boa de qualquer hora, qualquer lugar com você.
Saudade boa de caber nos teus braços.
Saudade boa dos teus abraços.
Saudade, saudade, saudade.
Tudo isso guardado.

Depois veio tudo isso e o medo de não conseguir te dizer que eu só carrego coisas boas da gente, que eu te adoro que eu vou te querer bem sempre, que eu ainda quero um abraço apertado e uma risada.

#é isso, se cuida. 

SOBRE 'NÃO' TER O QUE DIZER:


Não aguento mais o seu sorriso,
não suporto mais suas promessas,
não me canso de imaginar quem é,
quem será,
ou quem foi,
que invadiu a sua vida e fez você fazer de conta que eu não estou mas nem aí,
enquanto sai passeando,
desabrochando,
e cada fio de cabelo meu se arrepia de pensar o que não pensei com você por perto,
pra te botar na parede,
pra te jogar a verdade...

#só não me pede p/ ser sincera.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

SOBRE OS MESES:

Ainda é setembro.
Para alguns ainda, para outros . Mas eu queria mesmo é que fosse novembro. Para, ao som de Cazuza, contemplar a chuva de um quase verão e tantas coisas boas a chegar. Eu que nunca gostei de agosto, eu que não simpatizo muito com setembro, tenho agora medo de novembro.

Logo eu que sempre o amei.
É que a ele dediquei textos enormes e daí fico aguardando sua chegada para ver o que me reserva. Logo eu que sempre renasço em dezembro, fico esperando novembro chegar. Sem saber ao certo o que me traz. 
Já que julho, este sim, me surpreendeu, me trouxe de volta a mim.

Os ventos de julho me trouxeram à memória o meio abraço, a traição, e o sorriso ao lembrar de tudo isso sem sofrer. Julho me afagou o rosto, me trouxe à boca o gosto de um beijo. Julho me trouxe a memória da palavra gostar, cumplicidade, entrega, confiança. Julho foi e não levou nada, a não ser aquela pessoa triste que eu era há uns meses atrás.

Agosto se vai e setembro  chega  me lembrando Caio F.: “Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se ou lamuriar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses (...) Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter demais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.”

Setembro chega antecedido por muitas reticências. Quando novembro chegar talvez seja para lembrar quanto julho foi bom, talvez para somente pôr um ponto final...

#e começar outro parágrafo.