domingo, 17 de janeiro de 2010

SOBRE QUARTA-FEIRA:

Ai vida!

Sei que relutei em perceber, mas hoje resolvi que irei a praia mesmo.
Tenho que fazer algo com essas férias, não sei o que fazer com dias vazios, sem sentido.
Assim, agarrei-me a essa oportunidade de preencher alguns dias com sol, mar e areia.
Desejo que o sol seja generoso nesse dia e o mar benevolente.

Tentarei caminhar na areia e esquecer a aflição que me dá a sensação de ter esses grãos entre os dedos.
Talvez não entre no mar, tudo depende do alimento lunar, mas se eu entrar farei uma prece para que o mar lave as certezas e as incertezas que carrego comigo.


Não acredito na rainha do mar, fui criada em outra fé, mas não custa nada apelar a todos os deuses para que esse seja um ano abençoado.
E farei isso mesmo, assim que chegar lá.

Você deve estar rindo agora, pensando, que esse tipo de prece se faz no primeiro dia do ano.

E esse vai ser meu primeiro dia do ano!
Primeiro dia que decidi viver esse ano!


Não vou vencer o nojinho de mar, como te contei.
O barulho até que me assusta deveras. Devo ter bebido do líquido amniótico e quase afogado-me, o que justifica o medo.

São explicações que nem minha mãe saberia dar.
Mas quando estiver perto ao mar, vou esquecer do barulho e ouvir só dentro de mim.

E pensarei nas pessoas que carrego comigo, em meu coração e pensamento.

E você faz parte delas, mesmo tão ausente nessas últimas semanas.
Então perdoe-me a falta de consenso. O blog é independente de mim, ele vive por si, e não podia deixá-lo por fora de tal acontecimento.


Talvez eu me renda aos encantos do mar e volte outra pessoa.
Talvez volte a mesma de sempre.
Talvez nem volte, atendendo aos desejos de algum boto.


Uso muito a palavra ‘talvez’, não?
É que a única certeza que tenho: que a vida é tão incerta.

Toda hora muda, toda hora se transforma...

# como um balanço das ondas do mar.

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