domingo, 7 de novembro de 2010

SOBRE 2P:

E por que não falar desse meu carinho por ti?

Desse gostar por por você que é tão inédito, novo e maduro – como pode?
Penso, sinto e quero você.
Hoje, amanhã e na medida sem fim do tempo. 
Quando estou em silêncio e lembro que você existe eu sinto paz. 
Suspiro aliviada.

Quero vestir o seu abraço e sair com ele por aí, como um colete à prova de balas. 
Quero o beijo longo, apertado, quente. 
Quero mais, me abrace mais. Mais um pouquinho. 
Vai sempre faltar abraço e um beijo pra minha sede dele.

Sei que dentro de você moram sorrisos. 
Alguns você deixa escapar, os outros esconde no escuro, pra eu procurar. 
E eu gosto do jogo.

Gosto também das suas mãos nas minhas, das suas mãos tomando conta de mim. 
Não quero viver sem suas mãos por perto. Não sei, nem quero aprender isso. 

É que esse meu amor inédito parece que nasceu...

#junto comigo.

domingo, 10 de outubro de 2010

SOBRE A FALTA:

Cada pessoa traz em si uma ausência. 


Não há ninguém que resuma todos os desejos. 


Não há círculo que se feche. 


Não há um inteiro que se complete. 


Falta sempre alguma parte, que por mais que se encontre, trará em si a ausência...


#da outra metade.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SOBRE 'FALAR DE'...

De uma história que se foi. De uma história que eu fui. 
De um passado com cheiro e sons. 
De quando eu sofria por outras coisas. 
De um bailado a dois. De tanto querer. 
De um sono acompanhado. De ontem, de amanhã. 
De farinha de trigo. De ovo. De açúcar. 
De afeto. De tanto. De sem. 
De medo. De agora. De não saber. 
Do medo de não saber. 
Da surpresa. Da boa e da ruim. 
De um gosto de café. Da boca seca. 
De fotos recentes que se tornaram antigas. 
De um medo que se foi sem susto. Do medo novoDe um sorriso novo. 
Do que eu pensava que seria difícil. Do que eu pensava que era impossível. 
Do que eu não pensava. 
Da força. Da fé. Da chama. 
De mim mesma. Era uma vez eu... 


# feliz e sempre.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

SOBRE A SAUDADE:


Me deu uma saudade tão grande de você.
E foi uma saudade boa sabe, uma saudade de sorriso fácil com alguns dentes aparecendo e os olhos apertados.
E tão boa. Boa de encher o peito de ar e esquecer-se de soltar.

Não que antes eu não sentisse, eu sentia, mas era uma cheia de raiva.
Raiva de você e de mim. Principalmente de mim, por motivos que só eu vou entender.
E só escrevo agora porque é só agora que eu posso.
Porque é assim que a coisa anda pra mim, é um pouco do que a vida me fez, um pouco de onde eu venho, um pouco dos meus amigos e da minha família, é um pouco do que eu sou.
E também antes não dava.
Quando eu quase te esquecia eu não conseguia, ou você não me deixava e tudo voltava pra dentro.

É, tem coisas que são mesmo estranhas.

Mas a gente sempre foi furacão vermelho, chuva ácida, nem ponto muito menos partida, nem certo e nem errado, a gente era o que era, e eu adorava isso na gente, essa nossa quase brincadeira.
E ás vezes quando penso no que foi que aconteceu com a gente acho que foi um pouco por ai que a gente se perdeu.

Só estou escrevendo por que algumas coisas precisam ser ditas e outras escritas.
Acho que isso é uma forma de entender o que anda por aqui, sem pretensão nenhuma.

E, não sei se você sabe, mas eu sempre preferi as coisas escritas porque com elas eu pareço um pouco melhor quando sou assim, um pouco dissimulada.

Mas essa saudade boa, não é nada carregado. Juro! É só a falta de um abraço apertado.
Coisa de quem só anda confiando em abraços.
Nos abraços os olhos não enxergam mentiras, ou pior, não enxergam verdades. E mesmo que isso possa parecer contraditório acredite, é simples e doce.

Cada vez mais na minha vida coisas que não tem explicação são as mais sinceras.
E é das saudades boas e dos seus abraços inexplicáveis que eu sinto falta.

Saudade de quando você estende a vogal do meu nome.
Saudade de quando briga comigo porque eu brigo com todo mundo.
Saudade quando discute comigo por causa do futebol, da fotografia, de música.
Saudade quando contorna minha sobrancelha com seus dedos e beija minha testa.
Saudade da loucura de gostar de ser louca com você. De criar as minhas cenas, de ser dramática e ser madura dependendo do dia.
Saudade boa de te encontrar no finalzinho da noite e imaginar você me dizer que eu tinha que estar lá antes pra te abraçar na música que tinha acabado de tocar.
Saudade boa de você me dizer que eu tava linda na festa.
Saudade boa das conversas sobre amores passados em que eu tanto te conhecia me fascinava e enxergava mais sobre mim pelos teus olhos.
Saudade boa de você tentar me irritar e eu fingir que estava irritada e você fingir que acreditava.
Saudade boa de qualquer hora, qualquer lugar com você.
Saudade boa de caber nos teus braços.
Saudade boa dos teus abraços.
Saudade, saudade, saudade.
Tudo isso guardado.

Depois veio tudo isso e o medo de não conseguir te dizer que eu só carrego coisas boas da gente, que eu te adoro que eu vou te querer bem sempre, que eu ainda quero um abraço apertado e uma risada.

#é isso, se cuida. 

SOBRE 'NÃO' TER O QUE DIZER:


Não aguento mais o seu sorriso,
não suporto mais suas promessas,
não me canso de imaginar quem é,
quem será,
ou quem foi,
que invadiu a sua vida e fez você fazer de conta que eu não estou mas nem aí,
enquanto sai passeando,
desabrochando,
e cada fio de cabelo meu se arrepia de pensar o que não pensei com você por perto,
pra te botar na parede,
pra te jogar a verdade...

#só não me pede p/ ser sincera.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

SOBRE OS MESES:

Ainda é setembro.
Para alguns ainda, para outros . Mas eu queria mesmo é que fosse novembro. Para, ao som de Cazuza, contemplar a chuva de um quase verão e tantas coisas boas a chegar. Eu que nunca gostei de agosto, eu que não simpatizo muito com setembro, tenho agora medo de novembro.

Logo eu que sempre o amei.
É que a ele dediquei textos enormes e daí fico aguardando sua chegada para ver o que me reserva. Logo eu que sempre renasço em dezembro, fico esperando novembro chegar. Sem saber ao certo o que me traz. 
Já que julho, este sim, me surpreendeu, me trouxe de volta a mim.

Os ventos de julho me trouxeram à memória o meio abraço, a traição, e o sorriso ao lembrar de tudo isso sem sofrer. Julho me afagou o rosto, me trouxe à boca o gosto de um beijo. Julho me trouxe a memória da palavra gostar, cumplicidade, entrega, confiança. Julho foi e não levou nada, a não ser aquela pessoa triste que eu era há uns meses atrás.

Agosto se vai e setembro  chega  me lembrando Caio F.: “Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se ou lamuriar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses (...) Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter demais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.”

Setembro chega antecedido por muitas reticências. Quando novembro chegar talvez seja para lembrar quanto julho foi bom, talvez para somente pôr um ponto final...

#e começar outro parágrafo.

sábado, 28 de agosto de 2010

SOBRE A PEQUENA OBSERVAÇÃO:

Talvez eu esteja assumindo um risco maior do que gostaria ou até poderia, mas se isso é preciso para poder dar uma nova chance a mim mesma, correrei todos os riscos necessários. 

Quem eu conheço hoje não merece sofrer as consequências dos atos de quem conheci ontem. 
Não deixarei de lado minha cautela e meus medos não sumirão do dia para a noite, apenas permitirei que, de acordo com o possível, tentem ganhar minha confiança.

As portas estão abrindo, os muros estão baixando.

#talvez

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Vou falar simplismente o básico:

Muito bem, 
depois de séculos mergulhada, no oceano raso e inútil da paixão. Porra eu escrevi isso? 
Enfim, esse blog está um drama sem fim, muito pior do que novela mexicana, ou melhor, se você observar que aqui ao menos não tem dublagem...


 precisando ficar um tempo fora de tudo, principalmente de mim, mas eu volto, 


#eu sempre volto.

SOBRE O BOM DIA:

Ele apareceu no bar ontem.

Parecia um fantasma vindo à minha direção. Continua lindamente pálido. Sorriu me deu um beijo no rosto e um abraço desnecessário. Também achei desnecessário o beijinho de comadre, mas tanto faz.

Nunca o vi gesticulando daquele jeito. Falava baixo, quando sorria mostrava poucos dentes, usando quase sempre a mesma calça jeans. Puxou-me num canto e me disse com um arzinho confidencial que eu andava sumida, que sente saudades minhas e o caralho a quatro.
Mandei ele tomar no cu.

Sem histeria, sem despeito, sem nada. Parecia que eu tava dizendo bom dia pro caixa da lanchonete como eu faço toda manhã. Seco, rápido e objetivo.
Bom dia. Vai tomar no cu.

Voltei pro balcão e pedi uma dose de Whisky e me pus a pensar. Fazia tempo que eu não pensava nele. Achava até que eu tinha me esquecido dele. Quando eu o conheci ele tinha os cabelos compridos, lambidos e olhos assustados.
Naquela época rolava uma certa adrenalina da minha parte. Eu não tinha a mínima ideia de como seria. Eu não entendia os códigos. Era engraçado. Era bom. Eu tinha consciência. Mas era novo, diferente. E eu queria exatamente isso, ser surpreendida por sensações desconhecidas. Alcançar altos níveis de caos e intensidade. Não era rebeldia, nem perversão. Era curiosidade, prazer e loucura. Eu não me podava.

Eu gostava do jeito dele. Era aquele lance de admirar no outro o que a gente não tem coragem de ser, ou mostrar, sei lá. Essas merdas. Eu não sei se eu gostava dele ou do que a ideia de gostar dele me provocava. De qualquer maneira eu gostei e me fodi.

Não, ele nunca me fez nada. Eu me fodi sozinha porque minha cabeça é demente. Eu o mandei tomar no cu porque as pessoas mudam e ele não era mais ‘aquele’. Sei lá porque eu mandei ele tomar no cu. Acho que não gostei do cabelo.

#foda-se.

domingo, 8 de agosto de 2010

SOBRE JOGOS:

Aiai, essas tuas palavras tão doces, acho que já as conheço bem.

Tuas façanhas, esse teu jogo sujo, tudo pra arrancar pedaços de mim. Porque tu sabes que é exatamente esse teu cinismo inapropriado que me encanta.

Mas eu já estou atenta, não vou mais me levar pelas tuas palavras, vou jogar fora todo esse encanto que me fechou os olhos pra realidade obscura que te cerca.

Agora o jogo vai virar!
Você terá que aprender a desvendar meus mistérios, isso se conseguir.

Posso ser sombria e cálida o quanto eu quiser.
E posso usar meu cinismo pra te confundir também.
E te deixar mal, fissurado e obsoleto.

Só não vou cair mais uma vez em teus braços sem saber exatamente quem tu és, o que quer e o que sente por mim.

Chega de erros, de noites insones. CHEGA.

# e que comece o novo jogo!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

SOBRE INGRATIDÃO:

Por que nada é o suficinete? NUNCA.


Eu sou ingrata.
Eu sou exigente e reclamona também. E isso me faz querer sempre mais, me faz parar de agradecer pelo que já tenho, me faz esquecer o quão é difícil conquistar as coisas, me faz recusar tudo que é fácil demais, me faz cobrar dos outros o que nem eu mesma posso oferecer.


Eu sou aquela que raramente vai se contentar com o que tem e que, por isso mesmo, talvez não mereça nem metade do que possui e menos que um décimo do que deseja.
Eu sou aquela que quer mudar isso. Pra melhor.


# e que assim seja!

terça-feira, 27 de julho de 2010

...' vou falar simplismente o básico' [25-07]

Ainda tem o olho que me encontra, o olhar que me devora
abraços macios, surdos, infinitos...
Não sei, não sei .. rsrsrs


Ah, e o beijo?!


#só me perco nele!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SOBRE REGRESSO:

Agora, 

e só de uns tempos pra cá eu percebi que há um abismo entre o que eu escrevo e o que é lido. 

# eu queria poder voltar.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

SOBRE GRAMÁTICA:



eu vou ignorar completamente o uso da língua e suas vertentes

eu e você sem virgulas
confusos e engolidos
cheios de porquês juntos
e na maioria das vezes, separados

'próximo capítulo'

# ponto e vírgula. 

quarta-feira, 9 de junho de 2010

SOBRE DADOS E DESABAFOS:

Não me resta mais nada, mas não faz a menor diferença pelo visto.

Continuo fazendo tudo do mesmo jeito. E, MALDIÇÃO, NÃO CONSIGO PARAR DE ROER AS MALDITAS UNHAS.

Sinceramente, estou imunda, tá um calor desgraçado. Não consigo sair da frente do meu computador e minha mãe não para de me pedir coisas.
Lembrei que a greve dos servidores da UEMA já acabou faz tempo e não consigo me desacostumar a acordar às 2 da tarde, tão cedo.

Haha.. não vai mais ter jeito .. eu preciso voltar a acordar cedo todo dia, independentemente dos meus sonhos com facas abrindo minha barriga e armas na minha cabeça.
Ei, eu não sou neurótica não, nem estou deprimida.

Eu só estou fazendo o que sou paga pra fazer: analisando os dados.

Meu nariz tá coçando pra ‘caralho’ e ainda tenho que ir pra UEMA amanhã. [que SHIT!]

 Com você eu não preciso me preocupar com a personalidade que estou usando.
  O tempo passa rápido. E é tudo tão engraçado.
 Sinto como se o que eu falo tivesse alguma importância.”

.. Hoje eu lembrei!

# me sinto uma vespa. Otária.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

SOBRE s/2:

nasci pra não amar, nasci pra conhecer as pessoas, fazê-las se apaixonarem por mim
mas a pessoa certa eu não consigo.
de uma coisa eu tenho certeza: amor não correspondido dura para sempre.
carrego comigo uma enorme cicatriz no peito, não foi só um amor e sim todos.

amei ele, amei eles.
mas nada deu certo, eles encontraram alguém que procuraram por toda sua vida, e sim:
não era eu e nem nunca foi.

esperança, determinação pra mim nunca faltou, mas acho que o egocentrismo anda ocupando

# a maioria das qualidades!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

SOBRE O MANUAL:

Você precisa do seu espaço, eu do meu.

Prometo te deixar sozinho toda vez que seu humor estiver amargo sem que isso tenha que se tornar uma discussão e espero que você faça o mesmo comigo.

Fume, beba e saia [às vezes].
Com moderação.
Também farei isso [às vezes].

Não gosto de cozinhar, mas tenho minhas especialidades e você pode cozinhar para mim... juro não me importar. 

Sou ciumenta, dificilmente me manifesto.
Observo tudo... e você irá perceber.

Não tenha ciúmes dos meus amigos.
Eles são amigos, não disputam espaço com você.
Mantenha seus amigos, vou manter os meus e juntos conheceremos os nossos.

Não me obrigue a nada... adoro ser convencida e nem é tão difícil.
Não me acostume com coisas [atitudes] que você não conseguirá manter.

Gosto de ser mimada... não confunda com: sou mimada.

Não suma.
Responda sempre... mesmo que a resposta não seja o que eu quero ouvir.

Odeio silêncio, nele interpreto qualquer coisa e acredite, minha mente é fértil.
Esteja presente, mas me deixe sentir saudades.

Você não precisa fazer a barba, mas estar sempre perfumado é imprescindível.

Sou chata, é um fato... mas não sou insuportável, e se estiver muito chata uma barra de chocolate amargo e coca-cola gelada podem resolver.
Minha TPM só é terrível 1 dia no mês, nos outros o problema é a bipolaridade.
Meu humor é negro, e isso não tem nada a ver com as fases da Lua.

Se por algum motivo, você sentir medo de mim, é melhor nem se aproximar... eu mordo [mas não para machucar].

Preciso te admirar. 

Não espere que eu precise de você, me faça querer ter você.

Não crie fantasias com uma menina... as aparências enganam.
Você vai encontrar uma mulher.

Dou-te a verdade.
Espero o mesmo de você.

Se apesar de [ou por] tudo isso você ainda me quiser,

# prometo cuidar de você.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

SOBRE O MEU CATÁLOGO DE ERROS:

Você me dizia em palavras simples tudo aquilo que nós éramos juntos, tão diferentes.

Fazia-me calar com um olhar calmo, daquele castanho estranho dos teus olhos, daquele infinito de vida e realidade que eu encontrei em tua presença.
Fazia-me feliz só em estar perto, dispersando aquele teu cheiro único, que eu não encontro nem em pessoas que usam o mesmo perfume.

Você me fazia calafrios quando fechava os olhos e me beija, quando olhava pro céu e colocava a mão na minha cintura, quando me pedia calma.

Ao teu lado eu tive tanta calma.
Ao teu lado eu percebi as nuances de cada um dos teus cílios, de cada poro da tua pele.
Ao teu lado eu percebi a maciez do tempo, das horas...

# das cores do céu.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

SOBRE PESTICIDAS: .. Oo'

Esse é mais um daqueles momentos em que vivo milhões de coisas, sinto outras bilhões e não consigo escrever nada a respeito.
Fogem-me as palavras, as idéias. Tudo!

Então...
Vamos falar de pesticidas, de tragédias radioativas, de doenças incuráveis, vamos falar da minha vida.


Meu vício no irreversível - se minha vida começou a ir pro ralo sem querer, passei a caminhar alegremente em direção a ele. ‘Ta no inferno abraça o capeta.’

- O que foi aquela sexta?

E de repente noto que não sei dançar de jeito nenhum, e meu olhar se perde em meio a pista do chez.

Não era infelicidade. Era algo mais aqui dentro, esse mar de corações desalojados em que eu me encontrei de repente.
Os cacos de vida espalhados pelas ruas.
O mundo inteiro fazendo meu peito de ponte, e ainda resolveram parar pra observar a maldita paisagem.
Acho que não ando tendo o que dizer. 

Minha vida toda espera algo de mim. Meio-sorriso, meia-lua, toda tarde. 

#- Não me pergunte porra, eu não sei.

SOBRE ILUSÕES:

A lei é clara!

Sempre mais do mesmo, a gente é que inventa novidades para não morrer de tédio, inventamos tudo, desde situações bizarras, sentimentos simples ou até mesmo avassaladores. 
Nunca pensou que é tudo previsível de dar dó?

Admiro a teimosia humana de investir em algo, acreditar piamente naquilo que já está perdido, será isso que chamam de fé?

Não sei, já faz um tempo que não penso muito nesse assunto, sei apenas que invento e acredito nas minhas ilusões, acredito de maneira visceral, acredito tão completamente que já não sei o que invento, o que sinto, o que digo ou faço, tudo está misturado demais para uma compreensão correta.
Ou deveria dizer que acreditei?

“Ele não partiu apenas meu coração, ele destruiu a minha capacidade de conseguir inventar sentimentos, criou uma fábula cretina e errônea, maculou o meu suposto amor próprio.

Mas também me salvou, tirou minha diversão predileta e mais perigosa, morrer de amor agora já não faz sentido, gritar seu nome em praça pública deixou de ser a maior ambição da minha vida”... 

Madrugada, já estou meio tonta procurando qualquer coisa que, se não me salve, ao menos me perca de uma vez, essa dormência que nasceu no lugar errado, fica grudada na garganta explode em forma de riso descrente...

Preciso de uma ilusão, é meio desesperante saber que a vida por mais interessante que seja precisa de uma mentira, um fingimento qualquer e eu agora grito qualquer nome que seja...

Pode ser alguém, alguns, poucos, só não pode ser nenhum.

Eu te invento e te amo,

# só não acredita, não vale à pena.

SOBRE.. eeerrrr ...

A música estava absurdamente alta ou eram meus ouvidos?

Quando sem querer cheguei perto do balcão, encostei no banco ao lado do dele e senti o cheiro forte do perfume daquele homem.

Ele era absurdamente bonito ou eram meu olhos?

Levei a garrafa aos lábios e me demorei mais que o necessário para um gole, fitando o vazio e pensando: se aquele homem quisesse, eu podia fazer qualquer coisa.

Mas eu não o encarei.

Ele podia ter qualquer coisa de mim, menos o meu olhar.

# isso eu não faço não!

domingo, 2 de maio de 2010

...'vou falar simplismente o básico'

"... venho escrevendo que nem uma maluca, estou vendo filmes de novo, estou cansada, mas tenho esperança que minha vida se torne mais organizadinha, que é para eu poder ter mais tempo para viver. "




#fato

SOBRE A SALA DE ESPERA:

Tenho me perguntado muitas coisas.

Muitas delas que não posso responder e isso vem me tirando a fome, me acordando no meio da noite, me afetando de tal maneira que qualquer brecha de sol me faz desejar uma sombra ao pé da árvore.

Em algum ponto da minha vida eu achei que com o chicote certo na mão e esporas devidamente afiadas eu poderia ser a dona do meu mundo.
A amazona que rege seu próprio caminho, mas que agora corre sem querer correr.

Mas se o chicote come solto, a gente tem que andar não é?

São nomes que já perderam o sentido, fatos e aborrecimentos que já nem ligo, aniversariantes, datas e telefones que decorei antes mesmo de apagar.
E que continuam lá, em algum canto de mim.
Já não é qualquer tentativa de reaproximação, ou qualquer primeiro contato.

São apenas espinhos do que um dia foi meu roseiral.

De pés descalços eu sigo pelos mesmos caminhos...
Perco-me nos mesmos atalhos...
Chego a cair nos mesmos buracos...

Nesses dias eu sou sonâmbula de mim e meu corpo avança por esse quarto movido por lembranças, cheiros, memória vaga.

Talvez seja o cansaço.
Talvez eu seja a cabra-cega da minha vida.
Talvez eu caí no chão e pedi água.
Talvez eu só esteja crescendo.

Antes tudo fosse como era antes.

Antes tudo fosse a sala de espera do dentista:

“Chegava-se na hora certa e se houvesse atraso não seria problema, sentar-se-ia num sofá confortável com a televisão ligada na ‘globo’, beberia-se um copo de água daqueles de galão com gosto de plástico e fingir-se-ia despreocupada.

De certo aquele barulhinho da mini-broca matar-me-ia por dentro, mas eu agüentaria firme. Eu suportaria firme e calada porque eu sabia que dentro de meia hora qualquer dor que incomodava seria rapidamente extraída de mim.”

E eu suportaria um tiro no pé.
Uma agulha enfiada debaixo da minha unha.

Eu suportaria qualquer coisa que arrancasse aquela dor de mim.
Dor que a aspirina tinha escondido, mas que na noite passada latejou e me pegou desprevenida.

Mas não estou mais no dentista e nem na sala de espera.
Eu estou dentro de mim procurando aquilo que não posso enxergar.

Aquilo que sem alvará se apossou de um pedaço de mim.
Aquilo que sem eu perceber ás vezes me leva.

E eu não sei até onde posso ir, eu não sei onde pisar porque só agora eu percebi...

# o quão é tudo muito escorregadio dentro de mim.